Aquicultura – artigo

Para dar suporte aos criadores na área de aquicultura, a Ventbras em parceria com o PhD. Doutor Uriel Rodrigues Estrada, especialista em tratamento do ambiente aquático para criação de peixes, mariscos, e cultivo de produtos naturais, formado pela Tokyo University of Marine Science and Technology, Japão.

Forneceremos artigos técnico, pesquisas cientificas e tendências e tecnologia de mercado a fim de fomentar e disseminar os conhecimentos e experiências no manejo de ambientes aquáticos e tratamento de peixes.

Nos envie suas dúvidas e as compartilharemos com o Drº Uriel e com nosso departamento técnico.

Princípios da aeração

Os principais objetivos das fazendas de peixes são melhorar a produção, incrementar o lucro, diminuir o gasto de energia é aperfeiçoar o manejo dos estanques de criação. Existem algumas maneiras para atingir esses objetivos. A correta aeração é um deles. Na aquicultura, esse processo envolve a transferência de oxigênio da atmosfera para dentro da água do estanque. Em termos gerais, o índice de transferência do oxigênio atmosférico dentro de um estanque depende da quantidade de ar injetado dentro da água e do equilíbrio entre concentração e saturação de oxigênio dissolvido (OD).

Os benefícios da aeração

A dinâmica biológica dos estanques de criação

O requerimento de OD na água depende da espécie cultivada. A principal espécie cultivada no Brasil é a tilápia. A qual é uma espécie que suporta altas densidades de estocagem. A maior densidade de cultivo maior é a necessidade de OD na água. Nas fazendas comerciais do Brasil, geralmente o cultivo é feito em tanques de terra, os quais são naturalmente fertilizados (água verde rica em algas microscópicas) as quais de dia produzem oxigênio (O₂) e de noite bióxido de carbono (CO₂).  Por conseguinte, nas horas com luz natural (dia), o OD na água de cultivo se mantem estáveis e a níveis aceitáveis. Enquanto que as horas de obscuridade (de noite), os níveis de CO₂ incrementam e os níveis  de OD diminuem (Figura 1).

Economizando energia e desgaste de equipamento

Como os requerimentos de OD não são os mesmos durante o dia e durante a noite, o uso da aeração pode ser usada intermitentemente sem necessidade de ser usada de maneira constante, diminuindo assim o desgaste do equipamento e os custos de gasto de energia. Aproveitando essas condições e dependendo a densidade de estocagem, a aeração pode ser feita quando os níveis de OD caiem a níveis estressantes para os peixes (principalmente na noite). É por isso que é necessário monitorar cuidadosamente o oxigênio dos estanques para se antecipar a esses períodos de crises.

Aeração por compressores

Esse tipo de aeração inclui compressores, tubos de PVC e difusores. O ar é liberado no fundo do estanque, aerando e mesclando a água na superfície. Esses sistemas são muito eficientes de energia e quando são usados de maneira contínua criam e sustentam um bom ambiente para a produção de peixes. Os custos de operação são mínimos. Uma das limitações deste tipo de aeração é que só pode ser aplicado em sistemas de criação de pequeno e médio tamanho.

A capacidade dos compressores

Nos sistemas aquícolas, o desempenho desses equipamentos é medido já seja como taxa standard de transferência do oxigênio  (TSTO) ou como eficiência da aeração standard (EAS). O TSTO é a quantidade de oxigênio introduzida na água durante 1 hora sob condições standard. O TSTO é expresso em libras de oxigênio (0₂) por hora (h). O EAS é a transferência standard de oxigênio dividida pela potencia (hp) do compressor. O EAS é expresso em libras de O₂ / hp / h transferido na agua. A media EAS vai dos 1,5 até os 3,6 (O₂ / hp / h).  A forca da EAS vai dos 1,1 até os 4.9 (lb 0₂ / hp / h).

O tamanho apropriado

A seleção de um sistema de aeração é crítico para assegurar que um ótimo nível de OD seja aproveitado pelos organismos de criação e que o consumo de energia seja usado a um mínimo. Os sistemas de aeração demasiado grandes podem: 1) resultar numa erosão do fundo ou no margem do estanque, incrementando a turbidez; 2) induzir a suspensão de produtos residuais, detritos orgânicos provenientes fundo do estanque; 3) sobre saturar o agua desnecessariamente; 4) desperdiçar energia. Enquanto que os aparelhos demasiado pequenos podem: 1) não fornecer a quantidade de ar (oxigenação) requerida; 2) forcar o equipamento ao seu máximo e diminuir sua vida útil; 3) desperdício de energia. Todos esses fatores poderiam afeitar negativamente a qualidade da agua e a rentabilidade da fazenda.

Referências

Boyd, C.E. and F. Lichtkoppler. 1979. Water quali­ty management in pond fish culture. Research and Development Series No. 22, International Center for Aquaculture, Agricultural Experi­ment Station, Auburn University, Auburn, AL.

Boyd, C.E. 1998. Pond water aeration systems. Department of Fisheries and Allied Aquacul­tures, Auburn University, Auburn, AL, Vol. 18, Issue 1, Pages 9–40.

Francis-Floyd, R. 2003. Dissolved oxygen for fish production. Fact sheet FA–27. Department of Fisheries and Aquatic Sciences, Florida Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agricultural Sciences, University of Florida, Gainesville, FL.

Oakes P.L. 2011. Aeration of ponds used in aquaculture. Agricultural Engineering Technical Note No. AEN-3, United States Department of Agriculture, National Resources Conservation Services, Washington DC.

Texto de Uriel Rodriguez Estrada, PhD

Especialista em Aquicultura formado na Tokyo University of Marine Science and Technology